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Pederneira. Substância muito usada no fabrico de corações humanos. (Ambrose Bierce)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Transdemocratam - I

Em um primeiro momento, é preciso compreender uma evidência: A Democracia é um valor temporal da atualidade, logo, Universal, cambiado por todas as moedas.

Hugo Chavéz acredita fazer democracia social, os americanos acreditam fazer democracia liberal, os europeus, parlamentarismo democrata. Iranianos? Democracia. Democracia nas Áfricas, democracia aqui, democracia lá... Singapura se diz uma república! a China é um país socialista de mercado, e o Brasil é sem dúvida muito abençoado pela herança das Diretas Já: Voto Obrigatório (Deus, Olorum e Tupã me livrem de ser irônico). Sem dúvida vivemos no melhor dos mundos possíveis, como já dizia Pangloss.

Deixando a ironia, abordemos o tema do longo ensaio, a Democracia. Por início - Genesis. O início: Como nasceu a democracia?

A melhor definição é tardia, digo; o origem primeva do consenso, proletado, entre partes em pé de igualdade, por afirmação: WITAN, ou, no inglês antigo WITENAGEMOT. Wita/wise/sábio + (ge)mot/a meeting/em reunião, reunidos...: Para todos os efeitos, Conselho dos sábios (No idioma português, traduzindo a tradição germânica, utilizamos a palavra Dieta*). Reunião entre os principais senhores de guerra, lords, senhores feudais, em preparativo para uma ação de larga escala bélica. A origem do Parlamento.

Na Ilíada é possível observar um witan dos mortais, e um dos imortais. Entre os mortais, liderado pelo rei Agamemnon de Micenas, filho de Atreu, chefe de todos os aques. Entre os imortais, liderado por Crônida Zeus (Zeus, filho de Cronos, o velho, deus dos deuses).

Remetemos então aos primórdios da espécie, aos grupos de caça, primeiras divisões de trabalho...


Mas, sim, nada disso é propriamente a Democracia. Não a Democracia tal como pensamos ou tentamos fazer. Pensamos em Democracia enquanto um estado de igualdade cívica, direitos iguais para todos em pé de igualdade. Sufrágio Universal; porém iniciado propriamente a apenas 50 anos em todo o mundo, e 20 aqui no Brasil. Reclamado nos últimos 200 anos. Louvamos o sonho dos gregos...

Dos gregos? Conhecemos mesmo o pensamento dos gregos (Paidéia)?

Quem era aquele grego que chorava tragédias, ria comédias, debatia política, navegação e filosofia na esquina? Filho tardio de velhas famílias tradicionais e aristocratas decadentes, cada um sem força para suplantar os outros. Mas diriam talvez: "E Péricles?!" Um, apenas, e símbolo de tal; o bom ditador. Não, nada de igualdade total e alegria plena. Escravidão, elitismo ao extremo, e segregação civil. Uma mulher bêbada, imaginemos, punível pela pena capital! E a homossexualidade, não uma possibilidade, mas vício juvenil...


Concordemos porém. Somos mais igualitários, mesmo com todos os "poréns". Somos mais moles, gordos e lentos também.

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