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Pederneira. Substância muito usada no fabrico de corações humanos. (Ambrose Bierce)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Lya Luft e outros vivos

Certo é: Vive mais a literatura dos sepulcros antigos de velhas mentes e das sombras da paixão pelo Belo. De qualquer forma, existe tanta beleza possível no hoje quanto no ontem. Então que seja embelezado o agora....

Dos escritores brasileiros atuais, quem mais me agrada é a escritora de nome engraçado Lya Luft. Lya Luft... Faz pensar em personagens engraçados da Disney. Não, muito pelo contrário, o visto em Luft é uma literatura intrigante, bem estruturada e com um tom bastante atual, livre de classificações apressadas. Uma espécie de realismo em contornos românticos, faz até pensar em Thomas Mann - Mais leve, mais subjetivo, e feminino. Pensar é transgredir, um texto de especial mérito, merece não poucas leituras.

Em um campo mais técnico me agrada Boris Fausto e Marcelo Gleiser. Como Sidney Chalhoub, escreve Fausto História com charme, mas diferente do último não é tão bitolado em Marxismo. Chalhoub quase transformou Machado de Assis em um líder sindical em sua análise. Fausto tem mais humor. Marcelo Gleiser faz o mesmo nas Ciências Difíceis, fala da física do mundo com beleza. Criação Imperfeita, belo trabalho, seria magnífico se não tentasse justificar a prerrogativa Deus tentando salvar o velho e acabado argumento teleológico. Drauzio Varella que nos salve!

Falando em gringos, faz um tempo que tento ler Stieg Larsson (certo, morreu). Vamos a outro: Cormac McCarthy. Na curva da esquina, mas vivo. Antes de nosso guru espiritual Chuck Palahniuk dar acabamento ao espécime, já fazia lá trás McCarthy Ficção Transgressional em seu terrível Meridiano de sangue. Um livro imperdível. Uma porrada muito forte no estômago, sem pedido de desculpas, assim pode ser explicado o estilo de McCarthy. Também não é possível esquecer de Richard Dawkins, um sátiro e propagandista de primeira. Deus, um delírio apresenta alguns momentos dignos de George Carlin. Saramago, que parece aumentar ultimamente a intensidade de sua literatura. A mão em Caim é bem mais agressiva, penso eu, do que em O Evangelho Segundo Jesus Cristo. É desnecessário comentar essas idiotices “sucesso de vendas”. Vampiros indies, teologia de Cabana e privada, mistérios escabrosos e coloridos da Igreja Católica...

Para finalizar, Orhan Pamuk. Neve. Para ser sentida, faz uma literatura de sentimento piedoso e contrição. Um tanto perdido em um mundo como o atual, Pamuk é serenidade em tempos de guerra.

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